CAIO PRADO JÚNIOR - 35 anos de sua morte

11 de fevereiro de 1907 - 23 de novembro de 1990

“Reflita-se, especialmente, no exemplo maior de Caio Prado Jr., grandeza máxima desta história, que aqui aludo com penadas mais do que apressadas, autor que não só produziu, até o presente, a obra marxista mais significativa (independentemente de contrastes e desigualdades que aqui não importam), como o fez à revelia do grêmio político ao qual sempre emprestou seu prestígio, e sobre o qual, para vergonha e desgraça deste, jamais alcançou influência.”
Chasin – Prefácio a Crise e poder, 1984

“Pode-se dizer que foi uma individualidade que primou pela transgressão na vida e na historiografia. Na vida pessoal, rompeu com o itinerário natural esperado por sua família e pela classe social à qual pertencia. Poderia ter sido um “homem de negócios”, um político defensor dos interesses dos seus, mas, diversamente, optou por uma trajetória que o levou em direção à classe trabalhadora. Na historiografia, fugiu dos modelos tradicionais e adotou o marxismo como parâmetro de análise da realidade nacional. Essa propositura o levou a constatações que colidiram com as assumidas pelo partido ao qual pertencia, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) – este, de vínculo estreito com as diretrizes stalinistas, a exemplo do esquema defendido da sequencialidade dos modos de produção pelos quais passariam todos os países, inclusive o Brasil. Essa evolução histórica realizada mediante etapas desaguaria na revolução democrático-burguesa e, no futuro, no socialismo. Como decorrência, uma análise falseada do campo brasileiro e da burguesa nacional, entre outras questões.” Caio Prado: vida e obra transgressoras e o destino trágico de seu pensamento, Ângela Maria Souza, Maria Aparecida de Paula Rago

 

EDIÇÃO ATUAL: 

VERINOTIO V. 30, n. 1 - Edição especial:

      "A miséria brasileira, J. Chasin"