György Lukács leitor de Alexandre Soljenítsin
Resumo
Em 1969, absorvido pelos momentos finais de sua ontologia do ser social, G. Lukács redigiu seu segundo e último estudo sobre o escritor russo A. Soljenítsin (1918-2008), Nobel de literatura do ano seguinte. A partir da análise de seus romances, o ensaio confirma a crítica do filósofo húngaro à “literatura edificante” do período stalinista, como já acenado no ensaio anterior (1964), dedicado às novelas. Assim, Lukács retomou, com tom e sentido algumas vezes alterados, velhos motivos estéticos e teóricos dos anos 1930, como a negação do detalhamento descritivo do naturalismo e o uso das técnicas de vanguarda por escritores realistas. No centro de sua argumentação, a contraposição da “totalidade de reações” imanente à novelística do escritor russo à “totalidade extensiva dos objetos” característica do romance burguês. Por isso, sempre segundo Lukács, Soljenítsin compôs a mais completa “imagem alegórica da vida cotidiana sob o regime de Stalin”, uma verdadeira “abertura à grande literatura do amanhã”.
Palavras-chave: G. Lukács, A. Soljenítsin; realismo; ontologia.
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