Lukács diante da estetização do direito

  • Vitor Sartori Professor adjunto da faculdade de Direito da UFMG
Palavras-chave: Lukács, direito, estética, teoria do Direito, manipulação

Resumo

Diante da questão da especificidade do Direito, na contramão de parte importante da teoria do Direito contemporânea, demostraremos a impossibilidade de se aproximar a esfera estética da jurídica. Para Lukács, o complexo jurídico é inerentemente marcado por uma espécie de manipulação homogeneizante, sendo incapaz de apreender o contraditório acontecer social; os especialistas da esfera ocupam também uma posição na divisão do trabalho, realizando funções objetivamente definidas pela reprodução do ser social, ligadas ao domínio classista e à presença de categorias como mercadoria e dinheiro. A esfera estética, por outro lado, é acompanhada de uma espécie de autoconsciência do gênero humano, trazendo à tona os grandes problemas da humanidade a partir da mimesis e tendo a figura do artista como alguém supera sua subjetividade na obra de arte. A especificidade da arte faz dela uma forma de objetivação superior ao passo que as objetivações presentes no Direito são manipuladas e fetichizadas. 

DOI: 10.36638/1981-061X.2022.27.2.631

Publicado
2022-03-20
Seção
György Lukács: 50 anos de sua morte