Via colonial, o tempo das crises e a necessidade um programa econômico de esquerda: socialismo ou a tragédia da barbárie cotidiana ainda hoje

Palavras-chave: Chasin, Via colonial, Miséria Brasileira, Pastiche do politicismo

Resumo

A partir da investigação dos apontamentos de José Chasin sobre a especificidade da via colonial de entificação do capitalismo, teceremos breves apontamentos sobre a persistência do que o autor paulista chamou de miséria brasileira. Nossa tese é que as mudanças no capitalismo contemporâneo ainda não foram apreendidas de modo adequado pela esquerda devido a circunstâncias subjetivas e objetivas. De um lado, no Brasil, a herança da analítica paulista ainda permanece – mesmo que na forma de pastiche – como o grande referencial teórico das posições à esquerda; de outro, as derrotas da classe trabalhadora nas últimas décadas ainda não foram digeridas e um agente social interessado na mudança substancial na tessitura da sociedade não surgiu. Com isso, a natureza regressiva do capitalismo nacional resta intocada ou, ainda pior, passa a ser vista como um dos elementos resolutivos por parte da pseudo-esquerda tupiniquim. O resultado é a persistência da falta de um programa econômico alternativo, o rebaixamento das expectativas populares e o ganho de espaço de uma perspectiva de extrema-direita. Defendemos, assim, que a via colonial de entificação do capitalismo persiste em suas determinações essenciais e não é superada no Brasil contemporâneo.

Biografia do Autor

Vitor Bartoletti Sartori, Faculdade Direito/UFMG

Mestre em história social pela PUC-SP, doutor em filosofia e teoria geral do direito pela USP, professor da UFMG. E-mail: vitorbsartori@gmail.com.

Publicado
2025-06-04