“Habilidoso”, de Machado de Assis: um retrato do artista na moldura do diletantismo à brasileira

Palavras-chave: Habilidoso, Machado de Assis, diletantismo, sátira, composição estética e forma social

Resumo

A justaposição imediata, e com traços satíricos, da figuração do artista  em polos opostos – como Gênio e como alguém “Habilidoso”, título do conto de Machado de Assis que será analisado neste texto, – remete o leitor à questão do diletantismo na arte, que ganha força no século XIX e se reflete artisticamente, na narrativa machadiana, pela composição de personagens e narradores artistas: músicos, como o Pestana, de “Um homem célebre”, Inácio Ramos, de “O machete”, Mestre Romão Pires, de “Cantiga de esponsais”; escritores autobiográficos, como Brás Cubas, Bento Santiago e Conselheiro Aires; e um curioso pintor de quadros sem sucesso, João Maria, nosso protagonista “Habilidoso”. Entendendo a atitude diletante como uma condição histórica a ser enfrentada pelo artista e pelo intelectual na modernidade, investigamos de que forma a posição diletante, objeto da atenção de Goethe no século XVIII e estreitamente ligada à mudança da produção da arte no mundo do capital, se apresenta acrescida de um segundo grau problemático na obra machadiana: o diletantismo à brasileira.

Biografia do Autor

Ana Laura dos Reis Corrêa, Professora Associada de literatura da Universidade de Brasília – UnB

Professora Associada de literatura da Universidade de Brasília – UnB. Membro do Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade de Brasília – POSLIT - UnB. Líder do grupo de pesquisa Literatura e Modernidade Periférica. ORCID: 0000-0001-5452-991X CV LATTES: http://lattes.cnpq.br/2129171194962363

Publicado
2025-12-14
Seção
Artigos fluxo contínuo