A exploração aeroespacial como fronteira de valorização do capital portador de juros: especulação e formas jurídicas

  • Rafael Silva dos Santos Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
  • Mateus Lima Furtado Bacharelando em direito pela Universidade Federal de Jataí
Palavras-chave: Crítica da economia política, capital fictício, direito e financeirização, setor aeroespacial, departamento III

Resumo

A corrida espacial do século XXI não representa apenas um renascimento da disputa tecnológica entre potências, mas a expressão de um novo estágio da acumulação capitalista, em que a valorização se sustenta pela financeirização e pela destruição controlada de valores. O presente artigo analisa o fenômeno do New Space – a crescente privatização e financeirização do setor aeroespacial – como a forma mais acabada da fusão entre capital fictício e capital portador de juros, mediada pelo estado e pela forma jurídica. Partindo da crítica da economia política de Karl Marx, o estudo insere o setor aeroespacial no Departamento III da reprodução ampliada do capital, demonstrando que sua função estrutural é absorver excedentes por meio de mecanismos jurídicos e financeiros que convertem expectativas futuras em ativos negociáveis. A pesquisa evidencia que o direito, ao conferir segurança e legitimidade a tais processos, torna-se elemento constitutivo da acumulação contemporânea, transformando o fundo público em rentabilidade privada. Conclui-se que a exploração espacial não é uma ruptura com a lógica do capital, mas sua continuação sob formas cada vez mais sofisticadas, nas quais o cosmos se torna fronteira jurídica e financeira da valorização fictícia.

Biografia do Autor

Rafael Silva dos Santos, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Bacharel e mestre em direito pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e doutor em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Mateus Lima Furtado, Bacharelando em direito pela Universidade Federal de Jataí

Bacharelando em direito pela Universidade Federal de Jataí.

Publicado
2025-12-14
Seção
Artigos fluxo contínuo