O engodo do corpo perfeito

alguns apontamentos inspirados nas ideias de Adorno e Horkheimer

  • Nancy Romanelli
  • Ailton Bedani

Resumo

Procurou-se apontar, aqui, algumas críticas à forte idealização estética que, no capitalismo atual, permeia o âmbito do corpo. Adotou-se, como principal referencial teórico, certo conjunto de ideias formuladas pelos filósofos alemães Theodor W. Adorno e Max Horkheimer. Consultaram-se três fontes de dados: (a) a obra Dialética do esclarecimento, de autoria de ambos; (b) outros materiais (livros, artigos, conferências) produzidos exclusivamente por Adorno; (c) os trabalhos de alguns
comentadores, que abordam o corpo tomando como base as teorias dos dois pensadores alemães ou que tecem críticas à estética do corpo perfeito. Constatou-se, neste estudo, que as análises elaboradas por Adorno e Horkheimer, e as pesquisas que elas vêm suscitando, podem contribuir para uma sólida crítica aos mais recentes discursos e métodos que, regulados por interesses ideológicos e mercantilistas, convergem frequentemente para a maquinização do corpo.

Palavras-chave: Culto ao Corpo; Dialética do Esclarecimento; Indústria Cultural; Razão instrumental.

Biografia do Autor

Nancy Romanelli

Psicóloga, mestranda em educação pela Faculdade de Educação da USP.

Ailton Bedani

Psicólogo, mestre e doutorando em psicologia pelo Instituto de Psicologia da USP.

Publicado
2018-03-25
Seção
Artigos fluxo contínuo