A teoria da Via Colonial de objetivação do capital no Brasil

J. Chasin e a crítica ontológica do capital atrófico

  • Antonio Rago Filho

Resumo

Jovem colaborador da Revista Brasiliense de Caio Prado Jr. em princípios de 1960, disseminador da Ontologia do Ser Social de Lukács em nosso país, J. Chasin abriu uma fenda no dogmatismo, propondo-se a redescobrir o pensamento de Marx. Nos anos de 1970, editor da Temas e da Ensaio, J. Chasin recusava a aplicação do conceito de “via prussiana” para o caso brasileiro. Examinando o desenvolvimento desigual e combinado do capital, J. Chasin contrasta as vias “clássica” e “prussiana” da modernização e detecta uma nova particularidade histórica: a Via Colonial. A objetivação do na formação social brasileira, além de retardatária, era atrofiada e subalterna ao imperialismo. Este artigo se propõe a refletir sobre como a modernização subordinada brasileira opera permanentemente com o rebaixamento das condições de vida das massas trabalhadoras com a finalidade da apropriação dual da maisvalia, para alimentar os capitais estrangeiros e os locais. Alguns traços nos singularizam no processo de transição: a presença da grande propriedade rural, o reformismo pelo alto, a modernização excludente, a superexploração da força de trabalho, o lento desenvolvimento das forças produtivas materiais. Sociometabolismo do capital no qual o novo paga alto tributo ao historicamente velho e o inacabamento social das classes proprietárias, com a natureza autocrática de seu domínio, enseja uma economia que se desdobra numa monopolização subordinada e excludente.

Palavras-chave: J. Chasin; Via Colonial; autocracia burguesa; ardil do politicismo; capital atrófico.

Biografia do Autor

Antonio Rago Filho

Doutor em História pela PUC-SP, professor do Departamento de História da PUC-SP e do Departamento de Ciências Sociais do Centro Universitário Fundação Santo André (Cufsa).

Publicado
2018-03-25
Seção
Artigos fluxo contínuo