Ontologia e objetividade em Feuerbach e Marx
Resumo
O presente trabalho busca rastrear em alguns escritos de L. Feuerbach os lineamentos de uma ontologia materialista do ser objetivo e seu papel correspondente e capital no pensamento de Marx. Ler em Marx uma obra de corte ontológico, à maneira de Lukács, e um tal movimento de apreensão do talhe materialista-ontológico em Feuerbach indica que este não apenas tem como traço uma antropologia filosófica, efetivamente enunciada em sua aguda crítica à religião, que seria então superada rumo a uma ontologia por Marx, mas que há já no autor d’A essência do cristianismo um primado ontológico do ser objetivo indelével, resguardado e aperfeiçoado por Marx em sua crítica a Feuerbach no que concerne às determinações presentes na relação entre natureza e sociedade. Neste esforço, a análise se concentra na leitura imanente de alguns escritos feuerbachianos produzidos sobretudo entre 1839 e 1843 – a saber, Para a crítica da filosofia de Hegel (1839), A essência do cristianismo (1841), Necessidade de uma reforma da filosofia (1842), Teses provisórias para a reforma da filosofia (1842) e Princípios da filosofia do futuro (1843) – e de Marx, especialmente os Manuscritos econômico-filosóficos (1844). É possível notar no pensamento de Feuerbach um movimento pendular entre a asserção de uma percuciente objetividade materialista do ser e uma primazia assoberbada da consciência e da essência humana. Ambivalência que, ao final, põe enormes dificuldades à captura da objetividade em sua forma mais complexa de ser, o ser social.
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