Apresentação: Heidegger Redivivus
Resumo
"Heidegger Redivivus", de 1949, é o primeiro momento em que Lukács dedica-se exclusivamente à crítica imanente da filosofia heideggeriana. Já em 1948, o húngaro criticara, em Marxismo ou existencialismo, certa tentativa por parte da filosofia existencialista de Sartre, Beauvoir e Merleau-Ponty de conciliar-se com o marxismo. Ou seja, a época em que o artigo é escrito remete a certo enfrentamento interno à filosofia marxista, que precisaria decidir sobre a possibilidade de apropriar-se de conceitos típicos de autores, como aqueles mencionados, fortemente inspirados na interpretação (seja ela a mais acertada ou não) das categorias heideggerianas de Ser e tempo. Porém, o cenário é também mais amplo: a posição heideggeriana em resposta à pergunta de Jean Beaufret sobre o humanismo – posição esta analisada por Lukács em Heidegger Redivivus – diz respeito à relação entre a filosofia heideggeriana e o existencialismo. Assim, é preciso perceber que ela não poderia deixar de dizer respeito também ao impacto de O existencialismo é um humanismo, publicado em 1946, por Sartre.
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