O artífice do Renascimento

na incipiente “URBS” burguesa, exaltou o refinado e inquieto espírito dos humanistas

  • Maria Aparecida Gomes da Silva

Resumo

A transformação no modo de produzir a vida material dos homens renascentistas, a partir da intensificação do comércio em várias cidades, do advento da indústria em outras e do contorno das novas classes sociais “endinheiradas”, mercadores e banqueiros, tais fatos suscitaram uma nova maneira de pensar, onde o indivíduo já não aceita um “destino moldado por alguém” mas acredita-se “capaz de criar a si próprio na liberdade”. A maioria dos artífices do Renascimento tiveram sua origem nas oficinas artesanais das cidades humanistas e ao serem estimulados a desenvolver seus talentos individuais, comportaram-se como homens de iniciativa e independência para exercitarem a diversidade do seu tempo, intento possível porque “a estrutura básica da sociedade foi afetada até o domínio da cultura” e a vida cotidiana destes artífices, já imersa na dinâmica da incipiente sociedade burguesa, tornou-os protagonistas de um fazer artístico inesperado e de refinada beleza. Com o novo “molde” social do Renascimento manifestou-se a iniciativa individual, a versatilidade, a autonomia, a autoconfiança vertentes de uma realidade que “engendrou gigantes” no campo das “artes do desenho” – o artifex polytechnes – como Miguelangelo entre outros, artista “emaranhado” no dinamismo da sua realidade, expoente de uma individualidade furiosa, inquieta, criativa e atenta às situações novas, onde a glória e a fama era a meta almejada pelo artista, inseparável do seu trabalho feito com a mente e não apenas com as mãos.

Palavras-chave: Renascimento, produção social, capital, artes e ofícios, sociabilidade, construção do humano.

Biografia do Autor

Maria Aparecida Gomes da Silva

Mestranda em Filosofia pela PUC-SP.

Publicado
2018-03-24
Seção
Artigos fluxo contínuo