A crítica marxiana à “economia de conceitos” de Adolph Wagner
Resumo
No presente artigo se expõe sumariamente, por meio do exame de um de seus exemplos – o texto Glosas marginais ao tratado de economia política de Adolf Wagner –, alguns dos aspectos principais do modus característico da cientificidade
marxiana, exercitada nas obras da fase madura e dedicada à crítica da economia política. Nosso objetivo é deixar evidenciado, com o máximo rigor possível, o fato de que o exame crítico do mundo do capital realizado por Marx se efetiva enquanto uma analítica das formas de ser, ou seja, como uma análise das categorias, entendidas como formas de ser da efetividade, Daseinsformen, e não puras figuras conceituais. Tentaremos mostrar que este traço distintivo e essencial do padrão científico da obra marxiana dá forma e dirige a elucidação dos nexos essenciais do modo de produção capitalista, tanto da sua realidade objetiva quanto de sua expressão ideal. Igualmente distante de qualquer tipo de deducionismo lógico como de um empirismo, a analítica marxiana identifica as categorias teoricamente articuladas como resultado da captação intelectual das formas de ser da realidade. O que pode ser evidenciado no teor e no procedimento da leitura crítica feita por Marx da propositura de Adolph Wagner. No curso do exame em questão a analítica marxiana desnuda não apenas as insuficiências do autor supracitado, mas demarca as diferenças essenciais com relação à concepção do objeto – a moderna produção capitalista – e suas determinações, bem como em referência ao modo de abordá-lo, consequência direta daquela.
Palavras-chave: Marxologia; Crítica da Economia Política; Categoria; Valor.
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