A história das múltiplas relações entre estética e marxismo constitui um dos capítulos mais importantes dessas duas formas de pensamento e de práxis. Contudo, ainda é comum os teóricos da literatura e da arte enxergarem as reflexões marxistas como uma abordagem necessariamente reducionista, que só poderia fornecer uma perspectiva histórica ou sociológica, em todo caso externa à análise formal. Ainda mais preocupante é que muitos marxistas simplesmente lançam um olhar depreciativo à estética, como sendo uma espécie de enxerto estranho ou departamento de baixo nível na construção do materialismo dialético, e pouco relevante quando comparado às críticas da economia política ou da política ou análise historiográfica. Posições como essa não nos permitem compreender por que o estudo meticuloso da literatura e da estética filosófica era tão importante para Marx, que não foi em vão ele se lamentar de não ter tempo para escrever seu livro sobre Balzac.

Publicado: 2020-06-25

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